Rádio

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Nas praias do Rio, 5 de cada 10 transeuntes são gringos

Era um desses típicos finais de semanas chuvosos no Rio de Janeiro e a televisão já me entediava havia horas. Também cansado de estudar tanta história econômica e números surreais, aproveitei o minuto de trégua que São Pedro concedeu à Cidade Maravilhosa, peguei minha camera e saí para fazer algumas fotos e matar algum tempo olhando a praia de Copacabana.

Vesti uma calça jeans, uma camiseta, coloquei uma blusa por cima e desci de havaianas mesmo. Caminhei um pouco, fotografei e antes de subir me sentei em dos bancos que ficam no calçadão para poder simplesmente olhar o mar. Como já fazia algum tempo desde que a chuva havia cessado o movimento começou a aumentar. Surgiu uma alma aqui, um cachorro ali, pais e filhos lá e um casal apaixonado por aí.

Mas o mais interessante, e o motivo deste texto, foi o fato que se deu a seguir.

Ao longe avistei duas senhoras que caminhavam gostoso na areia, na beirinha do mar, cada uma segurando seu sapatinho, rindo e apoiadas uma na outra. Era uma cena bonita de ver. A amizade, o espirito carioca e tal...

Em determinado momento percebi que as senhorinhas começaram a voltar, rumar em direção ao calçadão. Vieram, e se sentaram no mesmo banco que eu. Cedi espaço para que elas ficassem a vontade para vestir os sapatos, dei um sorriso e elas sentaram de frente pra rua. Quando de repente escuto um dialogo, nada reprimido, com as seguintes falas:

— Menina você não vai acreditar. Mas não é que o fulano resolveu comparecer? Pois é, queria porque queria a noite inteira. Fizemos como há tempo não faziamos. E eu gostei né... e gozei, claro!

— Ai, menina, lá em casa tá tudo na mesma. De vez em quando depois do jornal até acontece alguma coisa. Você acredita que esses dias ele queria vir por trás? Mas tem que ser rápido, né, porque loguinho depois vem a novela e, você sabe, não dá vontade de perder um capitudo d’A Favorita.

Eu fiquei perdido. Envergonhado até. SERÁ QUE EU TINHA USADO TÃO BEM O COTONETE CAPAZ DE DESENVOLVER UMA AUDIÇÃO SUPERSÔNICA? ELAS REALMENTE ESTAVAM DIZENDO AQUILO, DO MEU LADO, EM ALTO E BOM SOM?

Olhei para baixo num estilo avestruz mirando a havainas que estavam no meu pé. Então, de repente, um lapso passou pelos meus neurônios e acabei percebendo o que se passava: de havaianas, jeans e um blusa escrito BRASIL em letras garrafais, EU ERA O TÍPICO GRINGO PASSEANDO PELO RIO.

Antes de ter a crise de riso, levantei rapidamente, olhei para elas, dei outro sorriso e disse: — Bye!
Caminhei até o prédio e, eu juro!, naquele dia, o porteiro pensou que eu tinha encontrado com o Bozo.

3 comentários:

  1. hauahuahuahuahauhuah Adorei essa história! Deve ter sido cômico! Ficaram lindas as fotos.
    Beijos.

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  2. Huehuehueh
    Q senhoras com vidas agitadas. =O
    Tô passada!

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  3. kkkkkkkkk!!!!!!!! Estou falando de BH e, procurando por sites de "morar sozinha", dicas, orçamentos, etc, acabei por encontrar este blog. Quando vi que este post não dizia respeito à tal independência, passei pra frente, mas vi algumas coisas riscadas e a curiosidade bateu! Quando li quase rolei no chão de tanto rir... Com certeza eu gostaria de ter presenciado esta situação!

    obs: é a primeira vez que vejo seu blog! Grande abraço diretamente de Minas!

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