Rádio

quinta-feira, 19 de março de 2009

Gafes fazem parte

Era o meu primeiro dia sozinho no Rio de Janeiro, umas 10:30 da manhã, tinha acabado de me instalar (lê-se jogar as malas e bugigangas no quarto) no apartamendo em Copacabana em que dalí em diante eu chamaria de casa; resolvi sair para dar um passeio no calçadão, programinha básico de um recém-carioca. Copacabana é um bairro muito bom, nem tao chique nem tão povão, um pouco underground, mas bastante badalado; lotado de bares, butecos, supermercados, Drogarias Pacheco e Americanas’s Express, mas o mais bonito, claro, é a praia. A praia de Copacabana tem um formado de um C, na minha opinião é a praia hábitada mais bonita do Rio, o apartamento onde moro fica bem no meio desse C, tinha de escolher pra que lado andar, e acabei optando em ir para o lado do Capacabana Palace, o monumental hotel dos ricos, famosos, e influentes.

Eu ia observando o mar, a areia, os banhistas, os quiosques, e o próprio calçadão com os famosos ladrilhos em forma de til ~~~~~~~~. Tinha o sorriso no rosto de um cidadão do mundo, afinal eu tinha acabado de aterrissar na cidade que mais recebe turistas no Brasil, e o melhor, não era para uma simples visita, era para morar. Percebi que 5 de cada dez transeuntes eram gringos. Ils parlent français. Speaking English. Hablando Español. 日本語. 中文. Русский. E talvez alguns deles até fossem de outro planeta. Quando no meio do caminho, uma familia (pai, mãe, alguns filhos) se aproximou. Eram turistas. Brasileiros. Do interior do estado de São Paulo. Da mesma região que a minha. E falavam PORRRRRTA. O meu Rio de Janeiro não começaria alí se não fosse pela gafe, que causou gargalhadas nos churrascos da minha família nas férias. Entendam o porquê:

(A pergunta:)
- Oi, será que você pode falarrrrr pra gente onde fica o Pão de Açucarrrrr? Nóe estamos meio perrrdidos... hehehe.

- Cara, poxa, foi mal, mas eu não sei onde é o Pão de Açucarrrr não. Mas eu sei que logo alí tem uma Americanas Express.

O cara desconversou. Acho que fingiu que não tinha escutado a asneira que eu tinha dito. ERA OBVIO QUE ELE QUERIA SABER DO PÃO DE AÇUCAR. AQUELE MORRO DO BONDINHO. AQUELE QUE QUALQUER TURISTA VISITA QUANDO VEM AO RIO. AQUELE MESMO QUE ERA SÓ OLHAR PRO FINAL DA PRAIA EM DIREÇÃO AO LEME E VER, ENOOOORME. Minha fixa caiu segundos depois, tentei consetar, falei de umas placas, e acabamos trocando uma idéia, ele contou que era de Lins, que conhecia São José do Rio Preto e Mirassol (cidade natal deste ex(?)-imbecil), conversamos e ele disse que ia chamar um taxi que era mais seguro. Com certeza, o taxista saberia muito melhor do que eu, embora provavelmente ele fosse até a Lapa e o Centro da cidade para depois descer até a Zona Sul na Praia Vermelha para deixar os turistas subirem no famoso Cartão Postal.

Poxa! Mas tinha que ter perguntado bem do Pão de Açucar, não podia ter sido o Cristo Redentor, não? Tsc. Tsc. Tsc.

2 comentários:

  1. Calma,
    Tudo tende a piorar...
    E estes são apenas os primeiros posts e os primeiros passos de uma caminhada solitária...
    Eu moro sozinho também...e estou na Odisséia. hehehe

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